Todo mundo precisa de uma dose de guilty pleasures


Alguns dias não queremos pensar na função narrativa do monolito em 2001 – Uma Odisseia no Espaço ou identificar os planos de câmera inovadores de Alfred Hitchcock. Às vezes, queremos apenas esquecer o dia a dia cruel, mesmo que para tanto esse desejado conforto atente contra nossa dignidade cultural. Sim senhoras e senhores, estou falando dos famigerados guilty pleasures (prazeres com culpa, em tradução livre) e, por favor não finja: sabe aquela série, música ou aquele filme que você não confessa pra ninguém que gosta? Pois bem, é disso mesmo que estou falando. Em um desprendimento – motivado, talvez pela idade ou simplesmente por não me importar muito com a opinião dos outros – listo abaixo produções das quais não me orgulho de gostar, mas que, em determinados dias, fazem-me muito bem!

Hércules – Uma Jornada Lendária

É difícil pensar que Kevin Sorbo tenha convencido tanta gente como o filho do todo-poderoso Zeus e da humana Alcmena, mas aconteceu. Foram seis temporadas, cinco telefilmes, dois spins-off  (Jovem Hércules e Xena – A princesa Guerreira) e exibição em duas emissoras aqui no Brasil, SBT e Record. A premissa era simples: Hércules e seu amigo Iolaus (Michael Hurst) percorriam o mundo conhecido vivendo aventuras baseadas nas façanhas mitológicas do herói.

Xena – A Princesa Guerreira

Se é difícil imaginar como engolimos Kevin Sorbo na pele de Hércules, não há dúvidas que Lucy Lawless tinha nascido para viver uma guerreira. Xena teve seis temporadas e um fandom apaixonado, ativo ainda hoje, mesmo após quinze anos do término da série (o último episódio foi exibido em 18 de junho de 2001).

Assim como em Hércules, a série acompanhava a viagem da protagonista e sua amiga (ou um ambíguo interesse amoroso) Gabrielle, vivida por Renée O’Connor, que tinha como objetivo ajudar aos necessitados, redimindo-se de seu passado violento. Mesmo achando que a relação entre Xena e Gabrielle era menos ambígua que costumam dizer, adorava mesmo quando o lindo deus da carnificina guerra, Ares, interpretado pelo já saudoso Kevin Tod Smith, aparecia. O desejo entre os dois não era, além de físico, simbólico: era Ares que incitava Xena a matar e ao delírio da batalha. Não só Ares apareceu em Xena, outros deuses também atrapalharam sua jornada como Afrodite (Alexandra Tydings) e Eros, vivido pelo ainda desconhecido Karl Urban (que também deu vida a Júlio César, a partir da quarta temporada).


O Mundo Perdido

Nem só de Sherlock Holmes viveu o autor Arthur Conan Doyle. Além do seu detetive mais famoso o escritor também criou Professor Challenger que tem sua primeira aventura narrada no romance O mundo perdido em que, ao aventurar-se em uma expedição na bacia amazônica, encontra um lugar onde dinossauros e outras criaturas já extintas ainda vivem. Na série homônima Challenger  é vivido pelo ator Peter McCauley.

O mundo perdido teve três temporadas que foram exibidas entre 1999 a 2002.


The Labrarians

Imagine se todos os artefatos mágicos que conhecemos da ficção como a Excalibur ou a Pedra Filosofal existissem. E mais: que todos esses itens mágicos estivessem protegidos em uma grande biblioteca, fora do alcance de uma organização do mal que deseja libertar novamente a magia para o mundo e que seu protetor fosse, bem, um bibliotecário? Pois bem, essa é a premissa de The Librarians, série baseada na trilogia de filmes O Guardião – Em busca da Lança Sagrada (2004), O Guardião-O Retorno as Minas do Rei Salomão (2006) e O Guardião 3 – A Maldição do Cálice de Judas (2008), todos estrelados por Noah Wyle na pele de Flynn Carsen.

É possível assistir as duas primeiras temporadas pelo serviço de streaming Netflix.


Chick-Lits

Sou uma leitora de obras clássicas. Tenho uma resistência a leitura de Young Adults (mas gosto de Percy Jackson e os Olimpianos e Jogos Vorazes) e Best-Sellers (apesar de ter lido O Código Da Vinci). O problema é que nunca consigo engatar uma leitura muito densa em outra também muito densa. Tenho o que chamam por aí de ressaca literária: se o livro é muito complexo, preciso de um tempo para despedir-me dos amigos que conheci e que me fizeram crescer um pouquinho mais como ser humano (não é para isso que a Literatura existe?). A solução que arranjei é ler livros leves, muito parecidos com as comédias românticas americanas. Entre os que já li, vale citar O diário de Bridget Jones que, mesmo com todos os problemas que encontrei nele (post no blog da minha amiga Amanda Inventário Literário) é extremamente divertido, assim como sua continuação Bridget Jones: No Limite da Razão. Fuja, porém, do desnecessário Bridget Jones: Louca pelo Garoto, lançado há dois anos.

Novelas Mexicanas

Não, não gosto de Rebeldes. Também não assisti a todas as novelas que tinham a Thalía  (apenas aquelas que eram co-estreladas por Fernando Colunga). Acho graça nas novelas cômicas como Por ela sou Eva, A feia mais bela e As tontas não vão para o céu que, não por coincidência, são protagonizadas por Jaime Camil que hoje está arrebentando na série Jane, The Virgin, que pode ser assistida pelo serviço de streaming Netflix.


Boleros

Na verdade, não são boleros no geral, mas sim TODOS interpretados pelo cantor mexicano Luis Miguel, mas como já disse Tom Hiddleston em entrevista, certa vez:

What’s my guilty pleasure?
The thing is I never feel guilty about pleasures.

E você, quais são os seus guilty pleasures?
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